sábado, 29 de julho de 2017

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


ESTA POSTAGEM, EM FORMA DE TÓPICOS, TEM POR FINALIDADE PERMITIR QUE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO E VESTIBULANDOS ACOMPANHEM AS AULAS E AS PALESTRAS SOBRE O ASSUNTO.



PASSAGEM DA OFICINA DOMÉSTICA PARA A FÁBRICA

      Artesanato: o artesão atua em todas as fases da produção e é o proprietário dos meios de produção.
      Manufatura: continua oficina doméstica, mas começa a divisão do trabalho e o comerciante entra no processo.
      MAQUINOFATURA: O CAPITAL DOMINA O PROCESSO PRODUTIVO NA FÁBRICA. PROLETARIZAÇÃO DO TRABALHADOR.

"NÃO IMPORTA O QUE O HOMEM FAZ, MAS COMO FAZ"

DA FERRAMENTA À MÁQUINA

      A ferramenta existe desde que o homem se fez homem pelo trabalho.
      O homem só consegue usar uma ou duas ferramentas por vez.
      O tempo usado para a produção de uma peça inteira é muito longo, mas adequado ao baixo nível de consumo.
      O crescimento do consumo excita novas técnicas de produção, surgindo a máquina.

DA MÁQUINA À FÁBRICA



      A máquina associa várias ferramentas, movidas, a princípio, por um só homem.
      A força humana não é suficiente para mover a máquina tecnologicamente mais avançada.
      A força humana é substituída pela força hidráulica e a vapor (obtido pela queima do carvão)
      Várias máquinas em um só local (fábrica) aumentam, disciplinam e organizam a produção.

INGLATERRA NO SÉCULO XVIII


      Capital acumulado, fruto da Revolução Comercial (século XV ao XVIII).
      Cercamento de terras, desde o final da Idade Média, libera mão de obra do campo: êxodo rural.
      Nas cidades, massa de desempregados: mão de obra barata para a fábrica.
      Revoluções do século XVII (Puritana e Gloriosa) derrubam o absolutismo e o mercantilismo.
      Parlamentarismo e liberalismo econômico.
      Ideologia calvinista.
      Presença de ferro e de carvão.

EVOLUÇÃO TÉCNICA


Uma clássica questão da Fuvest:
 (FUVESTJá se observou uma vez que todo aluno mediano em História sabe que houve uma Revolução Industrial e, que todo aluno estudioso sabe que não houve. Como bom estudante que você é, justifique a tese de que ocorreu uma evolução e não uma revolução industrial

      Uma inovação técnica (“invenção”) provoca outra (as), num processo contínuo, sem rupturas.
      No feudalismo, a produção é para abastecer o próprio feudo, não havendo excedentes.
      Com a formação das Monarquias Nacionais, o mercado se expande de local para nacional.
           Com a Revolução Comercial, os mercados passam a ser internacionais.

PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL



      Energia: VAPOR
      Principal indústria: TÊXTIL
      Exclusivamente na Inglaterra
      Força de trabalho abundante, resultado do processo de cercamento e terras
      Exploração do trabalho infantil e do feminino

PRINCIPAIS INOVAÇÕES TÉCNICAS

Crianças sendo exploradas nas minas
      1765: máquina a vapor (James Watt)
      1767: máquina de fiar (James Hargreaves)
      1768: tear hidráulico (Richard Arkwright)
      1779: tear hidráulico com lançadeira (Samuel Crompton)
      1785: tear mecânico (Edmund Cartwright)

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

      Energia: eletricidade, petróleo ...
      Máquinas de aço (processo de Bessemer, 1856)
      Maior produtividade
      Não é mais exclusivo da Inglaterra
      Revolução nos transportes e nas comunicações

COMPARAÇÃO

Primeira Revolução Industrial
Segunda Revolução Industrial

      1760 – 1830

      1860 em diante

      Inglaterra

      Inglaterra e outros

      Energia: vapor

      Eletricidade, motor de combustão interna, derivados de petróleo

      Uso do ferro e processos mecânicos

      Aço, ligas e metais leves, química industrial, automação

      Proprietário é também diretor da empresa

      Direção nas mãos de especialista

      Predomínio da livre-concorrência

      Monopólios industriais

         Capitalismo liberal
          Capitalismo monopolista




CONSEQUÊNCIAS

      Consolida o modo de produção capitalista.
      Consolida a sociedade de classes:
     burguesia - classe dominante, proprietária dos meios de produção de capital (fábricas, lojas, terras, bancos ... ).
     proletariado - classe dominada, proprietária apenas de sua força de trabalho, vendida ao sistema em troca de salário.
     desempregados - “exército de reserva” do sistema (provoca redução do preço da mão de obra e desorganiza a luta do trabalhador).

O TRABALHO NA HISTÓRIA

      No comunismo primitivo, na chamada Pré-História, o trabalho era coletivo.
      No modo de produção asiático da chamada Antiguidade Oriental, havia a servidão coletiva. Os trabalhadores eram servos do Estado.
      Na Antiguidade Clássica da Grécia e de Roma, o escravo era propriedade de seu senhor.
      No feudalismo, o servo estava preso à terra.
      Na Idade Moderna, a servidão feudal recua, intensifica-se o trabalho assalariado no centro do sistema, mas renasce a escravidão na periferia do sistema.
      Com a Revolução Industrial, universaliza-se o trabalho assalariado, mais adequado ao sistema.



O TRABALHO COMO MERCADORIA

“O desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital, corresponde, na mesma proporção, ao desenvolvimento do proletariado, da classe dos trabalhadores modernos que só sobrevivem à medida que encontram trabalho, e só encontram trabalho à medida que seu trabalho aumenta o capital. Esses operários, compelidos a venderem-se a retalho, são uma mercadoria como qualquer outro artigo do comércio e, portanto, são igualmente sujeitos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as flutuações do mercado.”
                (Manifesto do Partido Comunista, 1848)

MAIS CONSEQUÊNCIAS



Alienação provocada pelo trabalho: “Uma das características do sistema de fábrica é o parcelamento do trabalho (...) Para o trabalhador, o sistema gera um estado de alienação causado pelo fato de trabalhar exaustivamente e o produto do esforço nunca se transformar em um objeto acabado (...) O outro problema é a repetição exaustiva dos movimentos (...) Para se adaptar aos movimentos repetitivos, o trabalhador é obrigado a reprimir a criatividade e a inteligência, o que leva a um quadro de alienação”.
     (PETTA, Nicolina Luiza de: História, Uma abordagem Integrada)

MAIS CONSEQUÊNCIAS

      Utilização constante da máquina e divisão técnica do trabalho
      Falência das antigas corporações e manufaturas
      Acentuado êxodo rural
      Questão social: extensa jornada de trabalho, desemprego, miséria, fome, prostituição, favelização ...
      Surgimento de ideologias contestadoras do sistema, como os socialismos e o anarquismo

LUDISMO

“Senhor. Acabo de ser informado de que é detentor daquelas detestáveis cortadeiras e estou incumbido por meus homens de escrever-lhe em advertência, para que as destrua. (...) Se elas não forem destruídas até o fim da próxima semana destacarei um de meus tenentes, no comando de pelo menos trezentos homens,para que o façam.”
(Carta anônima enviada a um industrial inglês, em 1812. In: SALE, K. Inimigos do Futuro. São Paulo: Record, 1999)

CARTISMO

Carta do Povo: mais de um milhão de assinaturas reivindicando direito de cidadania (1838)
      Abolição do voto censitário para a Câmara dos Comuns
      Adoção do sufrágio universal masculino
      Representação igual para todos os distritos eleitorais
      Remuneração para os deputados da Câmara dos Comuns, tornando possível a candidatura de trabalhadores às funções legislativas
      Eleições anuais para o Parlamento

    “Primeiro movimento político operário de massas, o cartismo tem de marcante que as reivindicações democráticas aparecem (...) ligadas às reivindicações econômicas. A classe operária, já então, era portadora das reivindicações democráticas e a força motriz para arrancá-las da burguesia [inglesa], na época, a mais poderosa do mundo.”
(Stephane Just. A Greve Geral e a Questão do Poder)

MAIS CONSEQUÊNCIAS

      Especialização do trabalho.
      Competição entre empresas e nações.
      Necessidade crescente de mercados produtores de insumos e consumidores de industrializados.
      Neocolonialismo e imperialismo.
      Guerras entre nações industrializadas.

CANÇÃO PARA OS HOMENS DE INGLATERRA
Canção Para os Homens da Inglaterra, de Percy Shelley (1792-1822)

Homens de Inglaterra, por que lavrar

Para os senhores que vos derrubam?

Por que tecer com esforço e cuidado

As ricas roupas que vestem os vossos tiranos?

Por que alimentar, e vestir, e proteger,
Do berço até à sepultura,
Aqueles ingratos zangãos que
Exauririam o vosso suor

    como beberiam também o vosso sangue?
Por que, Abelhas de Inglaterra, forjar

Tantas armas, grilhetas e chicotes

Se esses zangãos sem ferrão podem destruir

O produto forçado da vossa labuta?

Será que tendes lazer, conforto, calma,
Abrigo, comida, o doce bálsamo do amor?
O que é então que comprais tão caro
Com a vossa dor e com o vosso medo?

O grão que semeais, colhe-o outro;

A riqueza que encontrais, fica outro com ela;

As roupas que teceis, outro as veste;

As armas que forjais, as usa outro.

Semeai grão, — mas não deixeis que nenhum tirano o colha;
Encontrai riqueza, — não deixeis nenhum impostor acumulá-la;
Tecei roupas, — não deixeis nenhum ocioso usá-las;
Forjai armas, — a usar em vossa defesa.