sábado, 8 de fevereiro de 2014

ELEIÇÕES EM 2014

     Nesta pequena análise quantitativa sobre a importância das eleições presidenciais, não discutiremos a qualidade do voto, nem dos partidos, quer da situação, quer da oposição. O que nos interessa, neste texto, é a participação do povo na decisão do processo desta República, que completará 125 anos em 15 de novembro próximo. Propositadamente, são usaremos adjetivos. Daremos preferência aos números.
     A República brasileira nasceu de um golpe contra o Império, em 1889.
     De 1889 a 1894, os Presidentes Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, não foram eleitos pelo voto popular, mas pelo Congresso Nacional. Floriano nem foi eleito presidente, mas vice de Deodoro e assumiu a Presidência na renúncia deste, em 1891.
     De 1894 a 1930, os presidentes eram eleitos  pelo voto direto e aberto.  Foram, portanto, 36 anos de “República das Oligarquias”. As eleições foram marcadas pelo voto de cabresto, pelo curral eleitoral e a oposição não venceu nenhuma vez.
     Em 1930, Vargas assumiu o poder em um golpe, a chamada Revolução de 1930. Ficou até 1945, sem ser eleito pelo voto direto. Em 1934 foi eleito pelo Congresso Nacional e em 1937 continuou na Presidência após o golpe que instituiu o Estado Novo.
     De 1946 a 1964, portanto por 18 anos, os presidentes foram eleitos por voto direto, agora secreto, universal e estendido às mulheres e aos maiores de dezoito anos, desde que alfabetizados.
     De 1964 a 1985, na Ditadura Militar, os presidentes não eram eleitos diretamente pelos cidadãos, mas por um Colégio Eleitoral.
     No último ano da Ditadura, foram eleitos Tancredo Neves, para a Presidência e José Sarney, para a Vice-Presidência. Mas o voto ainda não foi popular. O Colégio Eleitoral deu a vitória aos eleitos. Sarney assumiu o cargo em 1985 e ficou até 1990.
     Portanto, durante 26 anos (1964 a 1990), os presidentes não foram eleitos diretamente pelo povo.
     Em 1990, voltamos a eleger diretamente o Presidente da República. Estamos em 2014. Portanto, há apenas 24 anos da posse de Collor, o primeiro a ser eleito diretamente após a Ditadura.
     Assim, em 125 da República a serem completados em novembro de 2014, durante 46 anos os presidentes não foram escolhidos pelo voto popular.  Esses números ficam mais contundentes se incluirmos esses 46 anos aos 36 da República das Oligarquias, em que o voto  de cabresto e o curral eleitoral impediam a vitória da oposição. Portanto, são 82 anos “sem povo”. Sobram, portanto, apenas 43 anos.