domingo, 22 de julho de 2012

QUADRO TEÓRICO COMPARATIVO: O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E O COMUNISTA

O quadro publicado abaixo é uma tentativa didática de comparar o capitalismo com a teoria do socialismo científico, conhecida também por marxismo. Fundamenta-se na análise do desenvolvimento das forças produtivas e na teoria da luta de classes. Assim como a burguesia, nascida e alimentada no Antigo Regime, tornou-se uma classe capaz de derrubá-lo através da luta de classes, o proletariado, nascido e alimentado na Revolução Industrial (burguesa) tornou-se uma classe dialeticamente oposta ao capitalismo. Ou, como escreveu Karl Marx, "o capitalismo criou seu próprio coveiro." 
Se o leitor analisar  pensando no socialismo real, por exemplo, na União Soviética de Stálin, terá razões para discordar do quadro comparativo, por muitos motivos, entre eles o fato de que, no stalinismo, o Estado foi hipertrofiado e, mais do que isso, personalizado na imagem de Stálin. A proposta é, portanto, a leitura do quadro do ponto de vista da teoria marxista. Para ampliar a imagem, clique sobre ela.



sábado, 21 de julho de 2012

POPULISMO NA AMÉRICA LATINA


                                    O COLAPSO DAS OLIGARQUIAS 

   Durante as três primeiras décadas do século XX, as oligarquias agroexportadoras dominaram o poder na América Latina. No plano das relações internacionais, os governos estavam subordinados ao imperialismo, principalmente ao inglês. Afinal, como essas oligarquias eram exportadoras de gêneros primários, não podiam seriamente se incompatibilizar com os compradores internacionais. O Estado era, assim, a imagem e a semelhança dos interesses dessas oligarquias e das forças do industrialismo imperialista externo.
     A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) envolveu as potências industriais que, pelo esforço de guerra, não puderam manter seu nível de exportação de industrializados para as áreas satélites. Enquanto suas exportações declinavam, suas importações de matérias primas, insumos e alimentos aumentava.  Na periferia, ocorreu o processo de substituição de importados e a fábrica chegou, embora com atraso de, pelo menos, um século. Com a fábrica, veio a urbanização e o crescimento do proletariado urbano. Veio também a burguesia urbana, a princípio umbilicalmente ligada às oligarquias tradicionais. E cresceram as classes médias urbanas, ligadas à expansão dos serviços públicos, do comércio varejista e do setor de serviços.     Independentemente de sua vontade, as elites agrárias dominantes viam crescer classes sociais (proletariado urbano, burguesia industrial e classes médias) que, enquanto classes, e de maneira mais ou menos intensa, lhe fariam oposição.
     A década de 1920 foi particularmente grave para o poder oligárquico. Por um lado, “um novo fantasma” assustava o mundo capitalista: a Revolução Bolchevique de 1917 e a vitória dos Russos Vermelhos sobre os Russos Brancos e seus aliados capitalistas na Guerra Civil ocorrida entre 1918 e 1921.
 Por outro lado, o liberalismo clássico dava sinais de esgotamento em função de suas contradições estruturais, a ausência do controle estatal sobre a economia. A crise, não sendo atacada em seu início, estourou em 1929 e se prolongou pelo período da “Grande Depressão”. E, evidente, o centro do sistema capitalista reduziu seus investimentos e suas importações de produtos primários. Embora não tenha sido a causa determinante, a Crise de 1929 foi o cenário para o colapso do poder das oligarquias tradicionais latino-americanas.
 As frequentes dissidências no seio das oligarquias, associadas à da crise do liberalismo, criaram um vazio de poder: as oligarquias já não conseguiam a unidade de poder como antes, as classes médias, a burguesia urbana e o proletariado eram ainda frágeis para assumirem o poder em seu próprio nome.
Neste vazio, nasceram e cresceram as forças do populismo, um estilo de poder cujo discurso propunha representar todas as classes e a defender  a economia nacional.

                                 TRÊS CONCEITOS DE POPULISMO

1) “… uma maneira determinada e concreta de manipulação das classes populares (…) um meio de expressão de suas inquietudes (…) uma forma de organização do poder pelos grupos dominantes e a principal forma de expressão política da ascensão popular no processo de desenvolvimento urbano e industrial”. (WEFFORT. IN: SAES, Décio. Industrialização, População e Classe Média no Brasil. p. 12.)

2) “Na América Latina não existe uma definição precisa de populismo; o uso corrente da palavra se refere, predominantemente, a movimento político de tipo urbano. Em sentido mais amplo, o populismo latino-americano pode definir-se como uma forma organizacional para sincronizar grupos de interesses divergentes, e se aplica a qualquer movimento não baseado em uma classe social específica”.(DI TELLA, Torcuato. IN: IONESCU e GELLNER (compiladores). Populismo.)

3) “O populismo se caracteriza como a ideologia das camadas médias já desembaraçadas da ascendência social das oligarquias e politicamente representadas pelo tenentismo nacionalista (…) numa conjuntura de transição capitalista periférica; todavia, o caráter embrionário das novas relações permite que o populismo penetre a classe operária em constituição e que se torne a sua forma essencial de expressão. (…) as forças do “compromisso” consagrarão objetivamente o populismo como estratégia política de desenvolvimento adequada a uma etapa de transição”.( SAES, Décio. Op. cit. p. 17)

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO POPULISMO NA AMÉRICA LATINA

Os três populistas mais importantes da América Latina são Perón, na Argentina, Cárdenas, no México e Vargas, no Brasil. A partir dos conceitos citados anteriormente, podemos estabelecer uma caracterização ampla de populismo para a América Latina. 
Perón e Vargas se apoiaram mais nos trabalhadores urbanos, deixando em segundo plano os camponeses. Cárdenas incluiu os trabalhadores rurais em seu programa, realizando uma reforma agrária no estilo populista, longe da defendida pelo Plano de Ayala dos campesinos zapatistas.  Todavia, há características comuns, a saber:
a) o populismo só aparece em uma determinada etapa do desenvolvimento do capitalismo. Esta etapa é a que marca a separação do trabalhador dos seus meios de produção;
b) o populismo revela antagonismos de classe, sobretudo crise de hegemonia na classe dominante, no caso latino-americano, as oligarquias agrárias;
c) o processo de formação do populismo se inicia com uma fase bonapartista e termina na fase nacionalista. Entende-se por bonapartismo uma luta pelo poder; uma procura de equilíbrio entre as classes sociais que participam da coalizão populista a partir da caracterização do “vazio político”; uma hipertrofia do Executivo, com a consequente submissão do Legislativo; uma tentativa de organização do poder além do aparelho estatal ou a incorporação, pelo aparelho de Estado, de sindicatos e partidos políticos. Entende-se por nacionalismo, como característica do populismo, por certa dose de anti-imperialismo, sobretudo contra os Estados Unidos; como uma concepção de desenvolvimento autônomo (como a criação da Petrobrás no Brasil e da Pemex, no México); uma exigência de participação das forças sociais que os regimes oligárquicos tradicionais haviam mantido à margem do processo político; uma preferência pela coalizão ou frentes à ação das classes sociais;
d) o populismo é um fenômeno predominantemente urbano;
e) o populismo é uma etapa específica na evolução das contradições entre a economia nacional (burguesia nacional) e a economia dependente (burguesia internacional).
Assim, podemos inferir que, para a América Latina, o populismo é um movimento político de tipo urbano, com forte apoio popular, que revela o antagonismo de classes e de encadeamentos de relações econômicas e relações políticas, numa conjuntura de transição capitalista periférica, que procura sincronizar grupos de interesses divergentes.
Especificamente na América Latina, o populismo deve ser visto no contexto do processo de desenvolvimento das relações de produção capitalista. Corresponde a uma etapa específica na evolução entre a sociedade nacional e a economia dependente. Aí, o governo populista procura uma nova combinação entre as tendências do sistema social – em mudança – e as determinações da dependência econômica.
Na América Latina, como em outras partes do mundo (Estados Unidos e Rússia czarista), o populismo corresponde à etapa final do processo de dissociação entre trabalhadores e os meios de produção. Entre a estrutura rural, tradicional – onde o campo predomina sobre a cidade – e a estrutura urbana moderna – onde a cidade predomina sobre o campo – há um momento de transição, no qual o fenômeno do populismo encontra perfeitas condições de correspondência. É no momento de transição, e somente no momento da transição, que o populismo revela suas características definidoras.
O populismo latino-americano pode, como o foi, ser organizado em termos de Partido Político. Os partidos populistas são, segundo Alan Angel, policlassistas, de massa e reformistas, em oposição aos partidos “tradicionais”.
Um conteúdo essencial do seu policlassismo é, obviamente, a aliança de classes, um determinado “pacto populista” em que ocorrem barganhas entre as classes componentes dessa coalizão. O líder populista, necessariamente carismático, fica com a função de intermediário dessas barganhas, inclusive aquelas realizadas entre as massas e os grupos economicamente dominantes. É desta forma que a coalizão populista tende a obscurecer as características de cada classe, valorizando as massas, “o povo”, igualando ideologicamente interesses heterogêneos.

O ESTADO POPULISTA
Dois são os aspectos importantes da coalizão: primeiro, que toda política populista paga um preço pela adesão popular, qualquer que seja a amplitude de sua capacidade de manipulação; segundo, que o “vazio político” deixado pelas oligarquias dissidentes, aliado à descaracterização das classes sociais, permite a ascensão do Estado Populista.
Não podemos localizar a gênese do Estado Populista apenas no plano interno. Vários fatores conjunturais estão no alicerce dessa formação, como, por exemplo, a reformulação das relações e das estruturas de dependência, como ocorreu na passagem do liberalismo clássico para o keynesianismo, após a crise de 1929.
O advento desse novo tipo de Estado representa não uma ruptura no processo histórico, mas apenas uma modernização, uma renovação de relações. Muda o relacionamento do Estado com a Sociedade – ou desta com aquele – mas não muda, no essencial, o caráter capitalista das relações de dominação e apropriação econômica, típica do sistema capitalista.
Dentro do Estado Populista, o peso político específico das classes que compõem a coalizão não é igual. A burguesia faz prevalecer seus interesses e sempre rompe com o pacto quando se põe em perigo a classe dominante ou as condições de reprodução do capital. O proletariado e as classes assalariadas entram na composição do pacto motivadas por razões econômicas imediatistas. Mas o Estado Populista, quando em fase cristalina, consegue manipular em seu proveito todas as vozes de todas as classes, pois todas elas – burguesia, proletariado e outras – estão em vias de formação. E se o Estado já é definidamente populista, também são manobradas as sobrevivências políticas do antigo e derrotado Estado Oligárquico. Não podemos nos esquecer que o Estado Oligárquico, a partir da intensa urbanização e incipiente industrialização – que aceleram a formação da estrutura de classes sociais –, havia ultrapassado seus limites históricos de sobrevivência e explodido, permitindo surgir, de suas entranhas, o Estado Populista.
Quando começa a ocorrer a predominância da cidade sobre o campo, há nova divisão do trabalho, pois o desenvolvimento das relações de produção capitalistas altera as feições e estruturas urbanas. As camadas urbanas, ao negarem a oligarquia, o imperialismo, a economia primário-exportadora, passam a representar as bases sociais das estruturas do poder emergente: o Estado Populista. “O Populismo aparece também como um modo de organização política das relações de produção numa época em que se expandem as forças produtivas e o mercado interno”.(IANNI, Otávio. A Formação do Estado Populista na América Latina, p. 135)
Mas é no corpo definidor do populismo que se encontra seu paradoxo, seu anticorpo. As classes sociais que constituem o pacto populista continuam a se desenvolver como tais ao longo da duração da coalizão. Muitas vezes, a ruptura do populismo se dá por causa das contradições desenvolvidas entre as classes que compõem o próprio populismo.
A ruptura da coalizão pode revelar a um só tempo: as condições precárias em que se verificou a aliança; o caráter não harmônico de uma aliança entre desiguais; o indício de que as classes sociais não se apagam, mas desenvolvem-se no curso da aliança; ao longo da experiência populista, as classes sociais amadurecem suas especificidades.
A experiência populista corresponde a uma fase, sem dúvida peculiar, no desenvolvimento das relações de acomodação e antagonismo entre as classes sociais participantes da aliança.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

IMPÉRIOS MEDIEVAIS - REVISÃO

Três grandes impérios marcaram a Idade Média, o Império Bizantino,o Império Carolíngio e o Império Muçulmano. Entre eles ocorreram aproximações e choques. Ao mesmo tempo, todos tiveram suas histórias cruzadas com a História da Igreja, a maior e a mais poderosa instituição medieval.

PARA COMPLETAR SEUS ESTUDOS DO PERÍODO DA IDADE MÉDIA, CONSULTE NESTE BLOG: "A Igreja, o feudo e o burgo - parte 1";  A Igreja, o feudo e o burgo - parte 2" e "As relações entre o Estado e a Igreja", escrevendo o que se pede em "PESQUISAR", no canto superior direito da página.

(SOM DE FUNDO: MÚSICA MEDIEVAL - CELTIC IRISH FOLK)

Estude sempre com o material escolar (livros, anotações de sala de aula, apostilas). Para completar seu estudo, publico abaixo uma cronologia do período:


CRONOLOGIA DA IDADE MÉDIA
395- Imperador Teodósio divide o Império Romano em dois: Ocidental e Oriental. O do Oriente é conhecido também como Império Bizantino.
476- Bárbaros hérulos, comandados por Odoacro, invadem e tomam Roma. Fim do Império Romano do Ocidente.
 486- Clóvis tornou-se rei dos francos (A dinastia merovíngia reinou até 750, quando o major domus Pepino, o Breve derrubou o último merovíngio e deu início à dinastia carolíngia).
 493 - Teodorico funda o reino ostrogodo da Itália.
 527-565  Governo de Justiniano,  no Império  Bizantino.
529- São Bento de Núrsia funda a Ordem Beneditina.
537- Conclusão da Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla.
613- Clotário II, merovíngio, reunifica o Reino dos Francos.
622- Maomé, fundador da religião muçulmana, fugiu de Meca para Medina. A fuga de Maomé, chamada de Hégira, assinala o começo do calendário muçulmano. 
632- Morre Maomé, depois de ter unificado o povo árabe através do islamismo
637- Muçulmanos tomam Jerusalém.
639 a 750- Época dos Reis Indolentes no Reino Franco, em que o poder de fato esteve nas mãos dos Prefeitos do Palácio.

661- O califado dos omíadas estabeleceu a capital do império muçulmano em Damasco. 
680- Divisão entre os muçulmanos: sunitas e xiitas.

711- Os muçulmanos invadiram a Península Ibérica, de onde saíram apenas em 1492, com a Reconquista de Granada pelos Reis Católicos da Espanha.  

732-
  Os francos, liderados pelo major domus Carlos Martel, derrotam os muçulmanos em Poitiers. 

750- O califado dos abássidas substituiu o dos omíadas como governantes do império muçulmano e posteriormente estabeleceu a nova capital em Bagdá. 

750- Pepino III, o Breve, torna-se rei dos francos, num golpe legitimado pelo papa. Fim da dinastia merovíngia e início da dinastia carolíngia.

754- Pepino, o Breve doa ao papa o Patrimônio de São Pedro. Surge o Estado Pontificial.

770- Os chineses inventaram a impressão com blocos de madeira. 
800 - Carlos Magno é coroado imperador.
843 - Tratado de Verdun: estabeleceu a divisão do Império Carolíngio entre os netos de Carlos Magno.
862- Vikings, liderados por Rurik, fundam o Império Russo, estabelecendo-se em Novgorod.. 
878- Alfredo, o Grande, da Inglaterra, derrotou os dinamarqueses na batalha de Edington. 
986- Vikings iniciam a colonização da Groeenlândia.
987 - Hugo Capeto é coroado rei da França.
1000- Vikings, liderados por Leif Ericson, navegando para o Oeste, chegam  ao continente norte-americano. (Provavelmente, a primeira expedição europeia à América) 
1054- Crise da Iconoclastia e o Cisma do Oriente no Império Bizantino. A Igreja Cristã separa-se em duas, a Católica Apostólica Romana e a Ortodoxa.
1059- O papa Nicolau II cria o Colégio de Cardeais, combatendo a investidura leiga.
1066- Forças normandas , sob o comando de Guilherme, o Conquistador, derrotaram os anglo-saxões na batalha de Hastings, terminando o domínio anglo-saxão na Inglaterra. 
1075- O papa Gregório VII publica seu Dictatus Papae.

1075 a 1122- Querela das Investiduras, choques entre o poder temporal e o poder espiritual.
1095 - Organização da Primeira Cruzada pelo papa Urbano II, no Concílio de Clermont.
 1099- Forças cristãs conquistaram Jerusalém, no final da Primeira Cruzada. 
1118 - Criação da Ordem dos Cavaleiros Templários.

1122 - Concordata de Worms colocou fim à Querela das Investiduras , entre o Sacro Império Romano-Germânico e o papado.
1163 - início da construção da Catedral de Notre-Dame de Paris.
1167- Fundação da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
1170- Fundação da Universidade de Paris, França.
 1187- Tropas muçulmanas sob o comando de Saladino reconquistaram Jerusalém. 
1192- Yorimoto tornou-se o primeiro xogum a governar o Japão. 
1207/8- Nasce a Ordem dos Franciscanos.
1209- Fundação da Universidade de Cambridge, Inglaterra.
1215- Barões da Inglaterra forçaram o rei João a assinar a Magna Carta. 
1231 - O papa Gregório IX institui a Inquisição.
1271- Marco Polo inicia a viagem à China.
1279- Kublai  Khan liderou os mongóis completando a conquista da China.
1294- Choques entre o papa Bonifácio VIII e Felipe, o Belo.
1315 a 1317- A Grande Fome na Europa. Com maior ou menor intensidade, a fome percorreu todo o século XIV.
1337 a 1453 - Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra.
 1347 – Durante a Guerra dos Cem anos, ocorre o início da Peste Negra na Europa.
1358- Durante a Guerra dos Cem Anos, eclodem as revoltas camponesas na França, as Jacqueries.
1368- A dinastia Ming começou seu domínio de 300 anos na China.
1378 a 1417 -  Cisma do Ocidente: um papa em Avignon e outro em Roma.  
1381- Durante a Guerra dos Cem Anos, eclode a revolta camponesa na Inglaterra, conhecida como Revolta de Wat Tyler
1383-1385 – Revolução de Avis, em Portugal.
 1415 - Portugueses conquistam  Ceuta. Início das Grandes Navegações e descobrimentos marítimos.
1429 - Joana D'Arc, defendendo Carlos VII, da família Valois, comanda os franceses contra o domínio inglês.
1431- Joana D’Arc é queimada viva pelo Tribunal do Santo Ofício.
1439 -  Gutenberg cria o sistema de impressão de textos através dos tipos móveis. É a invenção da imprensa.
1440- Árabes começam a escrever “As Mil e Uma Noites”
1453 - Tomada de Constantinopla. Os turcos otomanos invadem e dominam o Império Bizantino (Império Romano do Oriente).
1453- Fim da Guerra dos Cem Anos.
1455- Provável data da impressão da Bíblia, por Gutenberg.
1469- Casamento dos “Reis Católicos” Fernando de Aragão e Isabel de Castela unifica a Espanha.
1492- Em janeiro, retomada de Granada, último reduto mouro na Península Ibérica. Fim da Guerra de Reconquista.
1492- Em outubro, Colombo chega à América, em nome da Espanha.
1494- Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

TUPAC AMARU


                                   TUPAC AMARU

     José Gabriel Condorcanqui é o nome de batismo de curaca (cacique) peruano Tupac Amaru, descendente dos imperadores incas. Homem ilustrado (apaixonado pelas ideias iluministas), comandou a maior revolta indígena contra a Espanha, ocorrida entre 1780 e 1781.
     As causas desta e de tantas outras revoltas remontam ao processo de colonização. Os nativos eram vistos ideologicamente pelos colonialistas como descendentes de Cam, o filho de Noé, condenado à escravidão, segundo a Bíblia. Era a justificativa ideológica para o tratamento brutal contra os índios: a mita, a encomienda, as doenças, a dizimação pura e simples e o desprezo pela cultura nativa, em nome de Deus e do Rei de Espanha.
     Nas tropas de Tupac Amaru haviam, além de índios, muitos negros, mulatos e até brancos descontentes com a estrutura colonial. Depois de várias vitórias sobre as tropas espanholas, Tupac Amaru tentou tomar Cuzco, mas foi derrotado. Foi traído e entregue às autoridades espanholas. Tupac Amaru foi amarrado a quatro cavalos para ser esquartejado ainda com vida, mas resistiu de maneira heróica. Em 18 de abril de 1781, foi decapitado e esquartejado (como também o fora Atahualpa, por Francisco Pizarro).

     A violência ibérica não poupou a mulher de Tupac Amaru, nem seu filho mais velho, nem parentes próximos. Na praça de Huacaipata, a mais importante de Cuzco, foram mortos pelo garrote ou pela forca.